“A construção não é só um mundo masculino, já vivi fora e vi muitas mulheres a serem serventes de pedreiro”

“A construção não é só um mundo masculino, já vivi fora e vi muitas mulheres a serem serventes de pedreiro”

Alegaria Santos, estudante do curso de Técnico em Medição e Quantidade do Cenfic, sonha em dedicar-se ao setor de forma profissional.

Questão.- Qual o Curso que frequenta?

Resposta. Neste momento estou a frequentar o Curso de Técnico/a de Medições e Orçamentos.

Q.– Quais são as suas expetativas?

R.- Inicialmente escolhi o Curso de Técnico de Obra e não tive oportunidade e convidaram-me para frequentar este Curso. Aceitei, achei interessante, tem a ver com a área que gosto, de engenharia Civil e estou a gostar imenso.

Q.– As suas motivações são poder encontrar uma especialidade e poder ser integrada numa empresa para acompanhar projetos?

R.- Eu espero encontrar um trabalho em que possa analisar projetos, a desenvolver desde o escritório e ir diretamente ao campo e ver o projeto que estive a avaliar.

Q.– Tem familiares ligados à área, foi uma opção pessoal?

R.- Não tenho familiares na área. Foi muito diferente. Na altura trabalhava na área da restauração ao que havia ao lado uma pequena empresa onde existiam engenheiros civis e eles falavam imenso do trabalho o que me despertou imenso a curiosidade: o não estarem sempre fechados, poderem comparar obras entre eles, incentivaram-me a procurar algo assim parecido e u prefiro acabar o secundário com o que mais tarde pudesse vir a trabalhar.

Q.– Na sua prossecução de estudos além de estar a fazer algo mais dentro do setor da Construção o que leva uma mulher a enveredar por uma profissão destas?

R.- O mundo dos homens é muito complicado, é verdade, é um mundo que traz bastantes desafios e principalmente para uma mulher que gosta dos desafios é perfeito.  Eu gostava muito de tirar o curso de Engenharia Civil e vou começar por módulos e mais tarde se tiver oportunidade opto por engenharia civil.

Q.– Aconselharia uma amiga a frequentar?

R.- Aconselharia uma amiga que gostasse de engenharia civil, de movimento, de confusão, de curiosidade pelo crescimento, assim aconselharia, agora uma amiga que gostasse de ficar no escritório, aí aconselharia a parte da medição da construção.

Q.– Tem como objetivo trabalhar numa empresa da área?

R.- Inicialmente tenho como objetivo aprender o máximo possível e uma empresa que possa ensinar a parte da medição e orçamentação. Uma empresa que nos ajude a crescer e ao longo do tempo fazer várias formações para conseguir ir crescendo dentro da empresa.

Q.– Que obstáculos prevê encontrar na empresa? Como ultrapassá-los?

R.- O maior obstáculo é ser do sexo feminino. O maior obstáculo não será para os homens me aceitarem a trabalhar no mundo deles.
Se vamos para uma empresa e sabemos respeitar a outra pessoa, vão aprender a respeitar o nosso trabalho. Não me posso fragilizar, não posso deixar que me deitem abaixo mas o que posso mostrar é que tenho força, que tenho garra e tenho uma maneira de ver as coisas com mais idealismo que um homem possa ter.

Q.– Mostrar competência?

R.- Sim, pela competência e pelo respeito que é necessário haver.

Q.– Concorda com a frase “A Construção Civil é um mundo masculino”?

R.- A Construção Civil sempre foi e será um mundo masculino porque existem mais pedreiros homens e serventes. Não basta ser engenheiro civil, é preciso ter alguém para construir. Cá em Portugal é muito masculino. A construção não é só um mundo masculino, já vivi fora e vi muitas mulheres a serem serventes de pedreiro.

Q.– Quais os benefícios da integração das mulheres na industria da construção?

R.- O maior benefício é as ideias que uma mulher pode apresentar, novos caminhos, novas funções, a mulher consegue puxar mais pelo trabalho e mostrar outras perspetivas. A mulher tem mais garra nesse aspeto do que propriamente o homem, a mulher tenta sempre arranjar soluções.

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